Texto extraido do site http://www.meuartigo.brasilescola.com.br/
Por: Isabel C. S. Vargas
Pode nos parecer muito estranha esta palavra, mas ao tomarmos conhecimento do seu significado e como se processa, estaremos diante de algo já conhecido. O seu significado vem do inglês e quer dizer amedrontar. Refere-se a atitudes ameaçadoras que se processam por meio de agressões físicas ou verbais e que podem impedir o desenvolvimento físico e emocional saudável. Segundo pesquisa realizada em 2002 e 2003 com 5500 alunos de quinta a oitava séries, grande número deles já se envolveram com isto, quer como agredidos, quer como agressores.
Caracteriza-se por qualquer agressão física ou emocional que seja praticada de forma sistemática e repetida. É o que ocorre com freqüência tendo como alvo aquela criança magrinha que passa a ser denominada “palito”, a alta que vira a “girafa”, o obeso que passa a ser conhecido como “baleia”, o de óculos que se transforma no “quatro olho” assim como o “vesgo”, o “barrigudo” que passam a ser conhecidos pelo estigma a eles atribuído quer se importem ou não. Aliás, se demonstrarem aborrecimento, então é pior, a carga é maior e se perpetua pelo simples prazer de saber que o alvo foi atingido. Outras ações também podem estar relacionadas ao bullying, além de colocar apelidos, gozar, ridicularizar. Caracterizam-se por excluir, isolar, intimidar, dominar e ofender.
Há casos graves de crianças que tiveram que trocar de escola por não agüentarem a pressão exercida sobre eles. Outras tiveram de trocar de residência. Também já ocorreram suicídios em decorrência disto. Pois bem, reconhecemos a velha e rançosa discriminação, nas atitudes praticadas pelos agressores. O dano nesta conduta é pelo fato de ameaçar o aluno, deixando-o impotente para reverter tal situação, a ponto de causar prejuízos, impedindo-o de ter uma vida escolar saudável, proveitosa, tendo de submeter-se à agressividade por outro provocada.
Importante é o papel exercido pelo professor e pela escola, ao detectar tais comportamentos e coibi-los através de ações educativas que visem à convivência saudável, respeitosa, reconhecendo e respeitando a diversidade. Com isto voltamos a salientar a importância da educação em direitos humanos, partindo de ações multidisciplinares envolvendo não só os alunos e professores, mas a escola como um todo, a família, a comunidade exercitando a convivência harmoniosa e a tolerância, não no sentido de permissividade com relação às atitudes erradas manifestadas, mas ao contrário conscientizando quem agride da importância da tolerância e aceitação do diferente. Qualquer omissão neste sentido não só prejudica o ofendido como estimula o autor a levar este tipo de conduta para a vida futura e até praticá-la no âmbito familiar. A educação pressupõe a aquisição de novas habilidades, além daquelas referentes aos conteúdos desenvolvidos, preparando os alunos para a convivência fraterna, para a busca da paz e que ensine a viver e ser feliz.
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